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O distanciamento social é a principal forma de evitar a infecção pelo novo coronavírus. Por isso, as escolas foram um dos primeiros serviços a serem fechados, já que as crianças e jovens podem transportar o vírus mesmo sem ter sintomas. Com os pequenos em casa, muitos pais, avós e cuidadores enfrentam o desafio de cuidar das crianças na pandemia.
Tarefas escolares no computador, brincadeiras limitadas ao ambiente interno, passeios suspensos: para uma criança saudável, o distanciamento pode ser muito difícil. Assim, além de prevenir a Covid-19, é preciso prestar atenção na saúde mental delas.
O Blog da Bem preparou algumas dicas sobre como lidar com as crianças em casa durante a pandemia. O segredo é não deixar o ambiente conturbado ser percebido pelos pequenos. Confira como adaptar a rotina infantil nesse período de isolamento.
A situação do distanciamento social é nova para todos e requer uma boa dose de adaptação. Nesse momento, o diálogo é o melhor caminho. A Sociedade Brasileira de Pediatria sugere que a família converse as com as crianças, explicando do que se trata a pandemia e o que deve ser feito para evitar o contágio.
Assim, os pequenos se sentirão integrados à rotina – e as chances de colaborarem com o bom andamento dos afazeres são bem maiores. O ideal é falar de forma tranquila para evitar estresse e não assustar os baixinhos. Demonstre e estimule a colaboração deles como essencial para evitar a doença. Crianças gostam de se sentir importantes e participativas. A seguir, confira outras dicas para adaptar a sua rotina.
Mantenha uma rotina de estudos. Escolha um turno para acompanhar as tarefas, de preferência o que a criança já praticava. Se for de manhã, no entanto, permita que ela durma até mais tarde. A criança deve sentir que tem alguma vantagem em seguir estudando mesmo longe da escola.
É importante que ela participe da definição dos horários para estudar, brincar, ver televisão, utilizar eletrônicos e dormir. Isso cria um senso de responsabilidade, e ela passa a entender como é positivo colaborar com a rotina da casa. Mas não esqueça: permita momentos de ócio para que a criança aprenda a lidar com esse sentimento. Esteja atento e explique que isso é normal e logo passa.
Refeições equilibradas são fundamentais para o crescimento. Que tal incluir os seus pimpolhos no preparo da comida? Caso a criança ainda seja muito pequena, permita que ela pegue os alimentos na mão, sinta as texturas e aprenda a reconhecer o que mais gosta.
Os maiores podem preparar a mesa, ajudar a mexer ou servir as panelas. Cozinhe mostrando o passo-a-passo e identificando os ingredientes. Isso desperta os sentidos. Não esqueça de brincar com as cores e formatos dos alimentos. Ah, aproveite o tempo livre e tente fazer a criança provar novos legumes e frutas.
Quem tem um quintal, sacada ou mesmo aquela área do apartamento em que entra mais sol, pode curtir bons momentos de relaxamento sem se expor diretamente ao vírus. Convide a criança para estar com você. É importante que ela aprenda que esses momentos são necessários.
Esse processo permite que a criança entenda os sentimentos. Escute os seus medos e seja flexível. Assim, ela reproduzirá comportamentos mais gentis e equilibrados, mesmo durante a crise em que vivemos.
No momento de crise em que vivemos, é natural que os adultos precisem conversar sobre a situação financeira da família e sobre a convivência. Também é normal que alguns relacionamentos estejam passando por dificuldades agora. Por isso, explique às crianças que os adultos precisam de momentos a sós para decidir coisas da manutenção da casa.
Assim, é possível evitar conflitos e traumas. Quando tiver de distrair a criança, elabore uma atividade segura em outro cômodo para evitar que ela se sinta excluída. Nesse momento, o tablet ou o vídeo game podem ajudar.
A criança naturalmente tende a reproduzir o comportamento dos adultos, principalmente dos pais. Por isso, é importante manter o exemplo e não descumprir combinados. Se a louça do jantar é o papai que lava, ele precisa cumprir a sua tarefa. É uma forma de a criança entender que tomar banho e escovar os dentes também são inadiáveis.
Quem se incomoda com barulho e bagunça também precisa evitar comportamentos assim. Não é proibido tirar todos os brinquedos do lugar e fazer aquela farra com o filhote. Mas, depois, os dois juntos podem travar uma última batalha para ver quem guarda a bagunça mais rápido. Assim, a criança entende que também tem deveres e que não é ruim cumpri-los.
Quem está em home office precisa de concentração. Já se forem os avós que estão com as crianças, a disposição para entreter os pequenos pode não ser a mesma de outros tempos. Assim, é preciso colaboração. A estratégia, aqui, é explicar para a criança que o trabalho é importante e gera renda da família, e que a vovó talvez não possa brincar das mesmas coisas que a mamãe. Sem saber desses detalhes, é bem possível que a criança não se comporte de acordo com cada situação.
As melhores memórias da infância são aquelas que nos remetem à nossa casa. Por isso, durante a pandemia, pode ser a oportunidade perfeita para criar esses vínculos. Faça atividades pelos cômodos da casa, como a tradicional cabaninha na sala, uma nuvem de farinha na cozinha enquanto bate um bolo e um banho de pato no banheiro – aquele que termina com água por todos os lados.
Claro que organização é importante, mas não prive sua família de bons momentos, ao menos uma vez na semana. A limpeza, em seguida, pode até ser uma tarefa interessante para incluir a criança nos afazeres domésticos.
Crianças menores têm o hábito de levar tudo à boca. Com elas, é preciso estar sempre atento e higienizando as mãos. Um lenço umedecido pode ajudar nesse momento. Já os maiores precisam ser responsáveis pela própria higiene (com a supervisão dos adultos, é claro).
A tarefa de ensinar a lavar as mãos pode ser divertida. Encontre um vídeo na internet e torne esse momento agradável. Assim, o reforço positivo fará com que a criança entenda que aquela tarefa não é chata e que faz bem para a saúde.