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“Ô abre alas, ô abre alas, que eu quero passar”. Basta o carnaval chegar para as marchinhas não saírem mais das nossas cabeças, não é?
Que coisa mais incrível: músicas que estiveram no auge entre as décadas de 1920 e 1960 são sucesso até hoje nos blocos carnavalescos. Basta tocar uma delas para surgir em nós a vontade de erguer os dedos para cima e sair dançando.
Canções como Mamãe, eu quero e Me dá um dinheiro aí têm, além da tradição, histórias curiosas de quando foram criadas e significados divertidos. Quer saber mais? Então, prepara o confete que o bloquinho do Túnel do Tempo do Blog da Bem vai para a avenida com estas 5 marchinhas de carnaval que marcaram época.
É considerada a primeira marchinha de carnaval da história. Foi escrita ainda no século 19. Isso mesmo: Ô abre alas foi composta em 1899 pela pianista e regente Chiquinha Gonzaga para o cordão carnavalesco Rosas de Ouro, do Rio de Janeiro.
A expressão “abrir alas” – com o significado de “dar passagem” – começou, então, aparecer nos jornais no início do século 20. Outros compositores também se apropriaram do termo em suas músicas, como Jorge Vidal Faraj em Abre alas, interpretada por Jaime Brito.
A canção é de Vicente Paiva e Jararaca, mas ficou conhecida na voz de Carmen Miranda. A cantora lançou Mamãe, eu quero no filme Serenata Tropical, em 1940, com o título em inglês: “I want my mama”. Daí em diante, a marchinha ganhou fama internacional.
Segundo depoimento do cantor e musicólogo Almirante, no livro “História do Carnaval Carioca”, da jornalista Eneida de Moraes, boa parte da música foi improvisada na hora da gravação, pois a letra original era muito curta.
As madeixas eternizadas nessa marchinha eram de José, garçom do bar São Jorge, em Copacabana. O local era frequentado pelo apresentador e ator Roberto Faissal e pelo músico João Roberto Kelly.
Diz a história que a cabeleira do Zezé (apelido do garçom) chamava atenção dos frequentadores. E, para fazer uma brincadeira com o funcionário, a dupla Faissal e Kelly compôs a música que se tornaria um hit carnavalesco.
A canção foi composta pelos irmãos Homero, Glauco e Ivan Ferreira, em 1959. Naquele mesmo ano, virou um sucesso ao ser cantada por Moacyr Franco no programa humorístico “A praça da alegria”, da antiga TV Rio.
No quadro, o ator Iran Lima interpretava um homem que reclama do número de pessoas pedindo esmola na rua. Ao ouvir da sua mulher que estava exagerando, Iran abre a porta do armário e se depara com Moacyr largando o bordão: “Moço, me dá um dinheiro aí”.
No carnaval, sempre aparecem aqueles foliões que bebem além da conta. Algumas marchinhas foram dedicadas ao tema, como Cachaça, de 1953. Mas destacamos aqui A turma do funil, escrita por Mirabeau, M de Oliveira e Urgel de Castro.
A música original, de 1956, é do conjunto cearense Vocalistas Tropicais. A repercussão foi tão grande que Tom Jobim, Miúcha e Chico Buarque gravaram uma versão da música na década de 1980.
Agora sim, folião! Sabendo mais sobre essas 5 marchinhas que marcaram época, basta vestir a fantasia, jogar a serpentina para o alto e curtir o carnaval!
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